Fábio Souza

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sexta-feira, 23 de maio de 2014

"No Meu Tempo Era Assim 2" estreia nesta sexta

Sucesso do filme foi tamanho que os idealizadores precisaram filmar uma sequência do roteiro que aborda os costumes de Rio Azul dos anos 60 sob a ótica dos descendentes de eslavos

Vai ser com direito a pipoca que os rio-azulenses terão a oportunidade de assistir à estréia de “No Meu Tempo Era Assim 2”, nesta sexta-feira (23), a partir das 19h, no salão do Centro de Eventos Martins, em Rio Azul. O filme, idealizado pelo instrutor de fumicultura Romualdo Surmacz e pelo roteirista Miguel Kroin, também responsável pela filmagem e edição, apresenta, assim como na primeira edição, costumes dos descendentes de ucranianos e poloneses nos anos 1960.

“Assumimos esse compromisso devido à grande audiência que tivemos com a exibição do primeiro filme. Agora, nesse filme, vamos trazer bastante coisas que fizeram parte da nossa história, que trazemos ao momento para matar a saudade daquelas pessoas que estão assistindo, e também vamos deixar um material rico para as gerações futuras que estão vindo aí”, diz Romualdo.

Um dos destaques na trama é a bênção e inauguração da Capela Senhor Bom Jesus, em Cachoeira dos Paulistas, pelo bispo Dom Antonio Mazzarotto, da Diocese de Ponta Grossa, interpretado pelo irmão de Romualdo, Silvano Sumarcz, coincidentemente, também padre e pároco em São Mateus do Sul. A capela, considerada um rico patrimônio artístico e histórico, possui pinturas sacras do artista Antonio Petrek.

Além da inauguração da igreja, o filme apresenta a festa que ocorreu depois dela, aos moldes da época, como o povo comemorava, como eram as danças. “Tinha a dança do chimango, em que as moças tiravam os rapazes para dançar e depois eles tinham que pagar alguma coisa para elas”, descreve o idealizador.

Um dos personagens apresentados no filme é o Primo Tonico, que sofreu problemas de saúde em função do alcoolismo. Quem também sofria era sua família, maltratada por ele. O filme vai ainda mostrar o momento em que ele esconde sua fortuna num toco de imbuia: uma panela de ouro. Ele apresenta, ainda, todo o processo de adoecimento e morte do Primo Tonico, que antes de partir, revela à família a existência do tesouro. A notícia se espalha e surge uma verdadeira corrida do ouro na cidade, mas o povo acaba sendo afugentado pela figura mítica do Boitatá.

De acordo com Romualdo, o filme também apresenta outros costumes típicos da época, como os velórios que eram feitos em casa, onde, inclusive, se fabricavam os caixões e as coroas de flores. O funcionamento das escolas é outro aspecto demonstrado ao longo da história. “E, em cima disso, vamos mostrando os pontos turísticos. Procuramos mostrar os locais de turismo do nosso município e até da região mais próxima, como no município de Mallet”, antecipa Romualdo.

Padre interpreta bispo que abençoou Capela no interior de Rio Azul

O padre Silvano Surmacz, pároco de São Mateus do Sul e irmão de Romualdo, a convite dele fez o papel do bispo que abençoou a Capela Bom Jesus em Cachoeira dos Paulistas na ocasião em que foi inaugurada. “É com alegria que recebi o convite do mano Romualdo para fazer o papel honroso do bispo da Diocese de Ponta Grossa que esteve presente na inauguração da igreja. Aliás, uma igreja que a comunidade jamais deveria deixar que fosse desmanchada, porque ela é o patrimônio histórico, artístico e cultural, não somente da comunidade de Cachoeira dos Paulistas, mas de Rio Azul, da Igreja, do Brasil e podemos dizer que da humanidade”, afirma o sacerdote, que também considera gratificante a experiência como ator no filme do irmão.

“Sofremos um pouco para achar a roupa da época, o ritual de bênção latina que utilizamos durante a filmagem”, relata o padre. Ele conta que foi uma experiência bonita participar das filmagens e que chovia no dia. “Tínhamos veículos antigos: um caminhão anos 1960, um Chevrolet ano 1956 e um ‘pé de bode’ ano 1929, em estados extraordinários de conservação, o que vai fazer com que o filme se torne ainda mais brilhante”, descreve.

O padre Silvano participou das filmagens, mas não acompanhou a pós-produção do filme. Ele afirma estar tão ansioso quanto os demais espectadores e acredita que o resultado será surpreendente. “Eu não pude saber, a gente nem sabe o que passa na cabeça do Romualdo e da equipe que o ajudou a fazer a edição das imagens, a edição do filme, creio que vai ser algo surpreendente. Como o Romualdo estava falando, vai resgatar coisas antigas e vai se tornar mais um filme patrimônio cultural não só de Rio Azul, mas de toda a nossa região”, afirma o irmão de Romualdo, que espera logo poder exibir o filme também na sua paróquia em São Mateus do Sul. “A comunidade também ficou muito encantada com o primeiro filme e agora todo mundo quer assistir ao segundo”, completa.

O sacerdote lamenta que não tenha conseguido deixar nas paróquias onde trabalhou o legado de Antonio Petrek, também retratado no filme “No Meu Tempo Era Assim”, através de suas pinturas sacras. O padre Silvano relata que o procurou algumas vezes, mas nunca conseguiu localizá-lo.

“E além das casas, costumes, tradições, automóveis antigos, carroças antigas, eu acredito que tudo isso vai fazer parte de um acervo que, quando os pais forem falar para os filhos, ou os professores forem dar aula numa escola, eles terão material, através deste filme, para mostrar como era o passado. ‘No Meu Tempo Era Assim’, ou no nosso tempo, porque nós somos de uma época mais antiga e essa criançada, essa nossa miudeza que vem vindo, eles não tiveram essa oportunidade de ver”, finaliza. 

Fonte: Edilson Kernicki, com reportagem de Sassá Oliveira

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