Fábio Souza

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sábado, 13 de setembro de 2014

Compra de terrenos gera discussão na Câmara de Rio Azul

Rodrigo Zub

A sessão da Câmara de Rio Azul de segunda-feira, 8, foi marcada pela discussão em torno do Projeto de Lei (PL) do executivo que autoriza a abertura de crédito adicional especial no valor de até R$ 810 mil, para aquisições de dois terrenos, sendo uma para construção da nova escola Professora Vanda Hessel e outro para edificação da nova escola da localidade de Invernada. O projeto foi aprovado em segunda votação por unanimidade. Porém, a matéria suscitou a manifestação de quase todos os vereadores, que em determinados momentos questionaram o posicionamento dos colegas de bancada. 

Durante a discussão do PL, o vereador Edson Paulo Klemba (PSD) questionou que havia feito um pedido para que fosse consignado o mapa e o memorial descritivo dos terrenos que seriam adquiridos. “Vamos aprovar R$ 810 mil sem saber o que ele [executivo] vai comprar? Foi discutido isso, mas pra mim não foi consignado o memorial descritivo e o mapa do terreno. Agora damos um crédito de R$ 810 mil, mas vai comprar quantos metros?”, indagou. 

Escola Vanda Hessel


Escola Vanda Hessel
O presidente da Câmara Sérgio Mazur (PPS) contrapôs o posicionamento de Klemba. Assim como ocorreu na sessão anterior quando o projeto foi aprovado em primeira votação, Mazur voltou a dizer que os vereadores não estão decidindo o valor para compra dos terrenos. Ele complementou sua explanação dizendo que os vereadores têm o dever de fiscalizar e acompanhar o executivo durante todo o trâmite de aquisição das áreas para construção das escolas municipais. 

“Deixar bem claro, já falei na primeira votação, nós não estamos decidindo o valor do terreno. Porque já aconteceu em outras gestões que vereadores foram cobrados nesta casa, porque se foi comprado terreno os vereadores aprovaram por tal valor. O projeto se coloca que estamos aprovando um crédito adicional. Não quer dizer que o chefe do executivo vai gastar R$ 810 mil. Vai caber que a gente esteja acompanhando junto se vai ser R$ 200, R$ 300 ou R$ 400 mil”, disse Mazur. 

Jair Boni (DEM) argumentou que os vereadores deveriam aprovar o projeto. “O que nós vamos ter que fiscalizar junto será na compra. Nós estamos dando uma chance de adquirir o terreno. O que acontecer lá é o que vão contar pra gente. Porque a negociação não vai ser com os vereadores. Se nós não aprovarmos aqui não vai sair as escolas”, afirmou. 

Klemba pediu um aparte na explanação de Boni. “Não é questão de sair ou não sair, dar assim R$ 810 mil para comprar um terreno com quantos metros quadrados. Daí a população vem questionar nós que foram comprados tantos metros quadrados com preço abusivo. Temos que preservar a câmara aqui e estamos aprovando um crédito de R$ 800 mil sem saber o que ele vai comprar. Para mim deveria ter um condicionamento de um documento para saber o que ele está comprando”, rebateu Klemba. 

Amauri Domingues (PT) disse que o projeto se tratava apenas de um crédito. Neste sentido, ele comentou que a prefeitura poderá gastar um valor bem inferior ao proposto no PL, para aquisição dos terrenos. “Se for pode ser R$ 500, R$ 400, R$ 300 mil, a gente não sabe. Nós temos que aprovar”, comentou Amauri. 

O vereador Leonardo Kostiuczik (PT) seguiu a mesma linha de raciocínio do colega de partido. Ele ainda destacou que o município deve investir na construção de escolas novas. “Até porque nós precisamos de escola e são duas áreas que tem de ser compradas. Terrenos em Rio Azul vocês sabem que é bem caro. Às vezes por não aprovar pode perder o recurso”, lembrou Léo. 

Em seguida, Klemba voltou a se manifestar e pediu transparência ao executivo. “Já que vocês estão defendendo a administração, porque vocês não mandam o documento comprovando o que tem de comprar. Sou favorável à construção da escola Vanda Hessel, mas se tanto perguntam transparência. Só quero um documento. R$ 810 mil é um valor alto para compra de dois terrenos”, questionou. 

Mazur novamente rebateu as críticas de Klemba e argumentou que não estaria defendendo a administração municipal. 

A discussão só foi encerrada depois de novas intervenções de Boni, Klemba, Domingues e de Leandro Jasinski (SDD).  “Concordo que é um valor alto, mas o projeto está dentro da lei e cada vereador vai caber fazer a fiscalização. O presidente já comentou e não vejo problema ir para votação esse projeto”, afirmou Jasinski. 

Depois da discussão, o projeto foi aprovado por unanimidade e segue para sanção do prefeito Silvio Paulo Girardi (PSC). 

Outros projetos aprovados

Outros quatro projetos foram aprovados em primeira votação na sessão do legislativo rio-azulense. Um deles autoriza a abertura de crédito adicional suplementar de até R$ 2,2 milhões. Apesar de aprovado, o projeto recebeu uma ressalta da Mesa Diretora, pois não apresenta justificativa. “Em reunião nesta data 8/09 decidimos pelo parecer favorável ao trâmite da matéria, entretanto, fica condicionada a segunda discussão e aprovação em plenário do recebimento da justificativa, que não acompanha a matéria nos termos legais, a qual deverá ser solicitada por ofício da Mesa Diretora”, dizia o parecer apresentado pelas comissões permanentes e assessoria jurídica da Casa, que foi lido pelo presidente da Câmara, após a aprovação do projeto. 

Ainda foram aprovados outros dois projetos concedendo autorização para abertura de crédito, sendo um adicional suplementar no valor de R$ 211 mil e outro especial de R$ 8.500 no orçamento vigente da Câmara Municipal.  

Também foi aprovado em primeira votação, o PL que autoriza a concessão de direito de uso real, de terreno situado na rua XV de Novembro, ao senhor Juraci Michalski, para instalação de lavador de veículos e borracharia.

Palavra Livre

Dois vereadores usaram a Palavra Livre. Edson Klemba fez críticas a respeito de algumas decisões tomadas por funcionários e secretários municipais. 

Um dos questionamentos do vereador foi quanto a um ofício encaminhado a Câmara, que justificava as razões do executivo não repassar informações sobre o salário de alguns servidores. “Servidor é pago pelo povo. Povo deve saber o que cada um ganha”, indagou. 

Klemba também falou sobre a situação das estradas rurais. “Andei o município inteiro e não vi um serviço feito. Foi pago R$ 670 mil para uma empresa para executar serviços por seis meses. Aonde é que foi esse dinheiro”, questionou. 

Jair Boni iniciou sua explanação relatando que conversou com os pais de alunos que estudam na escola rural da Vila Nova. Atualmente, a comunidade abriga estudantes de seis comunidades. Segundo Boni, existe a necessidade de construir duas novas salas para atender a demanda. “Os alunos não tem como aprender como é necessário. Temos que fazer algum projeto, pode levar algum deputado para seja liberado alguma verba, como foi feito com os poços artesianos, máquinas, construção de duas salas na creche. É dessa forma que podemos ajudar nosso povo de Rio Azul”, comentou. 

Boni ainda destacou que recentemente o município recebeu a confirmação da liberação de uma verba de R$ 83 mil para 35 produtores rurais, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). De acordo com o vereador, o projeto irá possibilitar que os agricultores familiares recebam mais de R$ 5 mil para diversificar as propriedades. 

Patrulha no Campo
Foto Internet: Meramente ilustrativa
O presidente da Câmara Sérgio Mazur ainda fez alguns comentários sobre o trabalho da Patrulha no Campo, que está recuperando as estradas no interior de Rio Azul. Mazur pediu para que um funcionário encarregado pelo pátio de máquinas da prefeitura acompanhe os trabalhos e na medida do possível avise os agricultores antecipadamente sobre a necessidade de retirar materiais de suas propriedades. Desta forma, o presidente da Casa entende que os produtores teriam um prejuízo menor, já que em algumas propriedades rurais foram retiradas cercas e árvores para que as estradas fossem readequadas. 

Sobre este assunto, Boni disse que alguns agricultores aguardam a liberação para realizar o corte de aproximadamente 30 espécies nativas. Por isso, ele requisitou que o executivo realize um projeto ou estudo, que possa ajudar os produtores a retirarem madeira de suas propriedades. 

Fonte: Najua, Rodrigo Zub

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